O objetivo é, primordialmente, mostrar que ao fazermos parte de uma comunidade global precisamos ter a coragem de nos envolvermos uns com os outros para difundir a conscientização sobre sua prevenção.
Todos os anos, o suicídio aparece entre as 20 principais causas de morte no mundo, para pessoas de todas as idades. Só ele é responsável por mais de 800.000 mortes - o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos.
Toda vida perdida representa um parceiro, um filho, um pai, um amigo ou um colega de alguém e para cada suicídio, aproximadamente 135 pessoas sofrem intensamente. Para cada suicídio, 25 pessoas fazem uma tentativa e muitas mais pensam seriamente nele. Isso equivale a 108 milhões de pessoas por ano sendo profundamente afetadas pelo comportamento suicida.
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, usando um meio que acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente é chamado de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.
É um comportamento com determinantes multifatoriais, resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.
São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão*, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias. Com esses números, o suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo.
*Principais sinais de depressão:
- tristeza profunda; - distúrbios do sono; - pensamentos negativos; - desinteresse e apatia; - baixa autoestima; - desleixo com a aparência; - dores físicas; - rejeição; - irritabilidade; - choro frequente; - falta de vontade de fazer atividades simples; - mudanças comportamentais bruscas; - rejeição a determinados assuntos.
Diversos fatores podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a prevenção do suicídio. O estigma e o tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública. Um tabu, arraigado em nossa cultura, por séculos, não desaparece sem o esforço de todos. Tal tabu, assim como a dificuldade em buscar ajuda, a falta de conhecimento e de atenção sobre o assunto por parte dos profissionais de saúde e a ideia errônea de que o comportamento suicida não é um evento frequente, condicionam barreiras para sua prevenção.
A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, devendo ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para a diminuição das taxas de suicídio. A prevenção deve ser também um movimento que leve em consideração os aspectos biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade.
Fontes:
Associação Brasileira de Psiquiatria: suicídio: informando para prevenir International Association for Suicide Prevention – IASP Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir: cartilha com dicas para profissionais de saúde e população Ministério da Saúde. Suicídio: saber, agir e prevenir: cartilha com dicas para jornalistas Organização Pan-americana da Saúde World Health Organization
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